Stadium, pavilhão do Chile na Bienal de Veneza 2018, é apresentado através da construção de um modelo em grande escala do Estádio Nacional de Santiago, com o objetivo de ilustrar as políticas habitacionais locais.
A exposição, com curadoria da arquiteta Alejandra Celedón, busca fazer com que esses elementos - frágeis e pesados ao mesmo tempo - contem a história do momento em que os cidadãos "sem-teto" se tornam proprietários pela primeira vez, como "fragmentos simbólicos desta transmutação. "
Descrição enviada pela equipe. No centro da Sala dell'Isoloto está localizado um modelo em grande escala de um edifício feito de terra batida. Após uma análise mais detalhada, as sessenta peças que compõem a forma oval do edifício já não parecem feitas de terra, mas sim esculpidas nela. As diferentes camadas com pequenas variações de cor e textura nos lembram que é o solo que está em jogo no Pavilhão Chileno.
A estratificação das peças do pavilhão é o traço de um processo de produção artesanal por meio do qual um material frágil e discreto - o solo, a terra nua - é transformado em um objeto estável e monolítico. Simultaneamente pesados e frágeis, estes objetos são ao mesmo tempo fragmentos simbólicos de outra transmutação: aquela através da qual os habitantes das cidades se transformavam em proprietários em um evento no Estádio Nacional do Chile, aquele segundo o qual uma cidade sem crescimento planejado torna-se visível e fixa em uma planta, aquela de um edifício capaz de narrar sua própria história.
O que está no centro da visão curatorial é a reconstrução crítica do piso do estádio como um edifício que representa a imagem da cidade. Cada pedaço do estádio é um fragmento da cidade, materializado em camadas de terra batida, com a face superior impressa com o tecido urbano do bairro ao qual pertence. A narrativa do pavilhão é articulada em torno dele em quatro outros momentos: 'a sala de eventos', 'as ilhas', 'o horizonte' e 'a cidade'.
A primeira ocupa o hall do pavilhão e é dedicada à pesquisa de arquivos e às descobertas que cercam o evento. Na parede oposta ao acesso, a planta STADIUM, com a cidade registrada, é exibida como a origem da exposição e como um prelúdio de sua materialização.
À esquerda, o material audiovisual conta a história e o contexto do evento através de três suportes diferentes: a imprensa e a propaganda, a cobertura televisiva, os discursos e o fascículo. Uma vez dentro do salão principal, o STADIUM de 7 x 5 metros emerge para o centro. À direita, a parede sul exibe um segundo momento, 'as ilhas', que expandem - por meio de entrevistas com moradores presentes naquele dia - as histórias de três das sessenta peças do estádio: La Pincoya, Villa Francia e La Bandera. . "O horizonte" ocupa a parede norte e é dedicado aos vários "estados do estádio" através de um filme baseado em registros de arquivo. Isto devolve ao edifício o seu contexto, como testemunha da história da cidade, revendo outros eventos e figuras importantes no Estádio.
A parede atrás de STADIUM, uma cidade em um prédio, mostra uma representação de Santiago com a localização precisa das peças do estádio, um edifício em uma cidade. Esta parede oferece uma versão espelhada da peça central, sua contrapartida narrativa. A estrutura representa a distância entre o estádio (no centro da cidade) e as cidades (na periferia), com o edifício como parte e testemunho do desenvolvimento desigual de Santiago.
Curadora: Alejandra Celedón
Comissário: Cristóbal Molina (Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimonio)
Desenho: Tomás Villalón
Direção de conteúdos: Alejandra Celedón, Stephannie Fell
Identidade gráfica: Kathryn Gillmore
Projeto audiovisual: Javier Correa
Multimídia: Gonzalo Puga, Arguzia S.r.l.
Modelo Stadium - Patricio Arias / Quipu - Jean Petitpas
Organização: Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimonio - Área de Arquitectura
Colaboradores: DIRAC, Fundación Imagen de Chile, ProChile, Arquitectura de Chile, Pontifica Universidad Católica de Chile, Asociación de Oficinas de Arquitectos (AOA)
Produção: EILETZ|ORTIGAS architects